quinta-feira, 19 de abril de 2012

Reca-idas e reca-voltas #


A culpa permanece sendo minha, que não consigo me manter longe. Que inevitavelmente obedeço a esses teus chamados noturnos e me rendo a qualquer espaço que você dê que me dê a entender que o teu desejo sou eu, ainda eu, na porta da sua casa, de novo. De novo e de novo. Depois de tantas vezes bater a porta, estou encarecidamente, batendo na porta, mais uma vez. Eu não me canso de voltar. Quatro anos no mesmo lugar, e me movendo ou saindo dele por pouquíssimo tempo. Sempre voltando. Como fiz agora. Como fiz ontem. Como provavelmente vou fazer nos próximos 4 anos... Essa que conjugamos juntos por recairmos a cada vez que estamos perto. E aí você mata, de pouquinho em pouquinho, qualquer esperança de que dessa vez seja para sempre. A partir do momento em que desobedece, descumpre, tudo aquilo que prometeu minutos após eu abrir a porta. Me abrir, abrir a minha vida que te reconhece mesmo de longe. Porque mesmo ligeiramente sorrindo, concluo que ficar sem você é uma merda. E volto. De novo, mais uma vez. E com você não é diferente. Me liga enquanto pode e não me nega se puder. Não adianta. A magoa não se põe dentro dos bolsos e nem se varre para debaixo do tapete. Nota-se que venho colocando tantos pontos finais, que coleciono uma porção de reticências. Indiretamente admitindo: Não consigo ficar longe. É como um imã que nos atrai sempre que a saudade bate. E quem bate é você, na minha porta de novo. E o ciclo se refaz. Quatro anos, por trezentas e quarenta e duas vezes, observando e admirando o fato de te encontrar a cada desencontro. Dessa vez vou seguir em frente, abandonar essa saudade. E me tornar forte ao afirmar que não importa quanto tempo passe, o que somos não pode nos tornar um do outro. Não por mais de duas semanas. Não para sempre. Espero por outras pessoas, que ocupem e  se aconcheguem no colo em que você deitou tantas vezes. No colo do qual você largou tantas vezes. E desvairada por perguntas absurdas sobre esse caso que me consome, concluo que reatar existe porque: Quando a gente gosta, é claro que a gente volta.  

ClaraMentes 

Um comentário:

  1. Bom dia!
    Com certeza tudo aquilo que gostamos nos fazem querer mais.E é claro que a gente cuida.
    Grande abraço
    se cuida

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