Eu não preciso tanto de você assim. Não preciso mesmo, sei ler e enxergar, estou apto para atravessar as ruas cheias de pessoas vazias. Não preciso de você quando a chuva cai e eu tenho que enxugar o chão da cozinha, só porque eu esqueci de fechar a janela. Não preciso muito de você, mas o pouco que preciso, esse pouquinho que quase é imperceptível, é demais pra mim. Esse precisar de suas palavras e beijos e abraços e de tudo que é relacionado a você e não ter é demais pra mim. Porque não te ter e precisar tanto, machuca. Faz doer lá no fundinho do coração e chegar até a cabeça e depois ir para os pés, até me fazer doer por completo, até me adoecer aos poucos, afetar minha sanidade. Porque tem sido assim, desde que aconteceu isso comigo, isso de precisar de você, de precisar saber se está se alimentando direito ou se anda comendo essas porcarias como de costume, se fica até tarde na rua e no frio, logo você que tem a imunidade baixa, se resfriar? Mesmo que tenha alguém pra te cuidar, não ira cuidar como eu cuidaria.
Na verdade, eu preciso muito de você, mais do que qualquer texto que eu escreva seja capaz de demonstrar. Não preciso de você apenas quando estiver carente. Preciso de você não apenas pra cuidar e lhe cuidar. Preciso de você para enxugar o chão da cozinha comigo, nunca gostei de trabalhar sem ninguém. Preciso de você para atravessar a rua comigo, por que você se lembra? Disse que iria me segurar se eu caísse, e se eu cair? Se eu cair na rua e você não estiver lá? Quem irá me levantar? O guarda de transito, grosso e suado? Eu não quero ele, quero você me levantando. Preciso de você nessa minha vida que não vai muito bem, que vai quase que arrastada e que anseia sua volta há anos. Precisarei de você hoje de noite, amanhã de manhã e de tarde e de noite de novo e de manhã novamente e todos os dias, frios ou quentes. Chuvosos ou ensolarados. Porque eu amo você, porque eu preciso de você, quer que eu desenhe ou já entendeu?
Lucas Rodrigues, LR.
Nenhum comentário:
Postar um comentário